«O candidato presidencial apoiado pelo PS e BE, Manuel Alegre, revelou ontem que está “muito mais bem preparado que Cavaco Silva”. Razões: “Conheço a História e sei há muito tempo, desde pequeno, quantos cantos têm Os Lusíadas”, destacou» («Alegre é melhor por “saber quantos cantos têm ‘Os Lusíadas’», Diário de Notícias, 10.12.2010, p. 12).
Este é um segredo mau de suster, por isso, lá vai: o revisor antibrasileiro julgava que se podia ser candidato a presidente da República com 18 anos. Ora, com adversários desta idade, Manuel Alegre não podia bazofiar, pois conhecem-se mesmo resumos do poema épico e nem é raro saber-se o número de estrofes. O estudante mais cerebrino nem ignora que as últimas duas palavras d’Os Lusíadas são «ter enveja».
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4 comentários:
Ainda bem: saber quantos cantos têm «Os Lusíadas» sempre há-de consolar de não saber ganhar o poder (se bem que só fosse para servir o povo, claro).
— Montexto
Será que me pode esclarecer?
Neste post e em outros anteriores de 2010 (24/10, 13/10, 30/06, 15/06, 19/02 e 5/02), o Helder escreve sempre «presidente da República». Noutros posts mais antigos de 2008 (21/07 e 10/06), opta por escrever «Presidente da República», como é habitual aparecer nas citações (e nunca a vermelho) e como aconselham, entre outros, o Ciberdúvidas e o Livro de Estilo do Público. Sei que o Acordo Ortográfico de 1945 (ainda seguido neste blogue) estipula a escrita «presidente da República», salvo em situações excepcionais de atracção gráfica que aqui não se aplicam. E creio que o Acordo de 1990 não introduz nenhuma alteração neste ponto. A minha pergunta é: houve algum motivo para mudar entre 2008 e 2010?
Muito obrigado.
Mas Alegre tem boa memória, pois foi já há muito anos que Cavaco patinou no número de cantos d'«Os Lusíadas» - como Guterres patinou nas contas.
Bem poderia o Manuel Alegre, como alternativa, ter dito: "Estou muito mais bem preparado que Cavaco Silva” porque digo que "Estou muito mais bem preparado que Cavaco Silva” em vez de "Estou muito melhor preparado que Cavaco Silva”. Pelo menos confundia-nos durante alguns segundos. E talvez baralhasse as contas.
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