10.12.10

Anglicismos

Para acabar


      «Facto é que, mesmo reduzindo o prize money, de 150 mil para 100 mil euros, a prova portuense bateu recordes em termos de pedidos de inscrição, tendo listas de espera em vários países» («Dezoito milhões de euros em cavalos», Sérgio Pires, Diário de Notícias, 10.12.2010, p. 36).
      Para terminar, o jornalista tinha de usar a expressão inglesa prize money. Deve ser na esperança de Athina Onassis ler o artigo... Se tivesse escrito prémio monetário, o marido dela, o cavaleiro Álvaro Miranda, que é brasileiro, traduzia para ela entender, e o jornalista não nos mandava para cima com mais inglesias desnecessárias. Vamos lá ver, agora mais a sério: se é mais ou menos compreensível que a organização use esses termos, mesmo em programas escritos em português, já não se passa o mesmo com o jornalista. São públicos diferentes.

[Post 4181]

1 comentário:

Anónimo disse...

Não são só os declarados, há também os mais ou menos encobertos, que vão passando sorrateiros e despercebidos. Aproveitemos o ensejo para apupar mais este, já que assomou tanto no texto desta entrada como no da anterior, a saber: «bater recordes em termos de pedidos de inscrição», no desta; «este ano desceu um patamar em termos de prestígio», no da anterior.
Não estão a ver? É o «em termos de». Em bom português significa «a ponto de..., a tal ponto que..., de tal maneira que...». Não é preciso ir à Encic. Portuguesa e Brasileira, basta abrir o Dic. da Porto Editora, pelo menos na 8.ª ed.
Mas vejam lá: «bater recordes» também não há assim tanto tempo que foi exposto no pelourinho por Botelho de Amaral e outros puristas de escacha-pessegueiro, mas evadiu-se e tripudia por aí rijo e fero.
Esta língua é como terra (de ninguém) onde tudo pega de estaca, desde que exótico e transplantado.
— Montexto