15.12.10

Sobre «descontinuar»

Nem eles sabem


      «Em causa, ao que apurou o DN, estará o escoamento dos stocks de computadores que as operadoras das redes móveis ainda tinham disponíveis para estes escalões e a relutância das mesmas em avançar com novos portáteis antes de verem garantido o financiamento dos mesmos. A Vodafone confirmou mesmo ter descontinuado o e.escolas, mas para todos os alunos» («Operadoras deixam de dar portáteis para o e.escolas», Pedro Sousa Tavares, Diário de Notícias, 11.06.2010, p. 19).
      São sobretudo burocratas e certos empresários que usam o verbo descontinuar, claramente português, e de boa cepa. Contudo, vindo de quem vem, parece que deve mais à influência do inglês to discontinue, com as mesmas acepções. O que interessa é o resultado?

Actualização no mesmo dia

Vejam no portal do programa e.escolas o vídeo de apresentação. «Eu também acho», afirma José Sócrates, num tom grandiloquente, «que a sorte vem sempre quer da audácia, quer do esforço, mas quero desejar a todos aqueles que estão envolvidos e profundamente envolvidos neste programa a maior sorte do mundo. Porque os resultados deste programa são também convidativos a que hajam novos programas.» Para não haver dúvidas, está também transcrito.

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11 comentários:

Anónimo disse...

Fazei o bem, que nós perdoamos-vos os motivos: dito de Voltaire.
Assim também, eles que acertem, que nós perdoamos-lhes as influências.
- Montexto

Anónimo disse...

Actualização:
É o resultado da velha e bem conhecida e ainda mais bem apregoada paixão socialista da educação. «Quousque tandem abutere patientia nostra»?
- Montexto

Francisco Agarez disse...

Que pena, Anónimo Montexto, que não arranje tribuna melhor para dar expressão a sentimentos que, salvo melhor opinião, não são para aqui chamados! «Quousque tandem abutere patientia nostra»?
Já agora, que pena, Helder Gueguês, que dê guarida a este tipo de comentários que, salvo melhor opinião, não são para aqui chamados!
Já agora, para os dois, uma dúvida ornitológica: é a cuca que põe os ovos em ninho alheio?

Anónimo disse...

Eu já aqui fiz a protestação solene de não atirar a pardais, apesar de o Identificado Francisco Agarez as estar a pedir por boca, e apetecesse fazer-lhe a vontade. Mas dá-se o caso de que também me repugna bater em ceguinhos, e demais a mais «cum brutis nos est luctandum», para terminar no latinório em que principiei.
Fique-se pois o Identificado igualmente em paz e às moscas.
— Montexto

Anónimo disse...

Continuando no tema:
O solecismo generalizou-se em tanta maneira, assombrando toda a casta de pessoas, que até Rui Tavares, no artigo do «Público», de 15.12.2010, artigo, a meu ver, bem ponderado em substância, escreveu: «Diria o falecido senador Moynihan que Miguel Sousa Tavares tem direito à sua opinião -mas não tem direito a factos só para ele.»
(O meu receio é que a maioria dos leitores até de folhas de alguma craveira como esta já nem dêem pelo erro.)
- Montexto

Sofia disse...

Posso fazer um like no Montexto?

Anónimo disse...

Não entendi o que disse a Sofia...

E, Montexto, refere-se ao "para ele"?

Anónimo disse...

Obviamente (ou talvez não).
- Montexto

Sofia disse...

Caro anónimo, recorri à gíria facebookiana. Se fosse possível clicar num botão como o «gosto» ou «like», no Facebook, tê-lo-ia feito no quarto comentário.

Sofia disse...

Não desfazendo dos comentários de Francisco Agarez, em todo o caso!

Sofia disse...

Perdão: não desfazendo nos comentários!