O caso do dia: fecho das escolas de ensino particular e cooperativo (mas sustentadas em parte, soube-se agora, com muito dinheiro do erário público). No noticiário da 1 da tarde na Antena 1, passou um excerto do programa Antena Aberta. Perguntou António Jorge ao secretário de Estado da Educação, João Trocado da Mata: «Pondera a possibilidade de abrir inquéritos e de tentar perceber de que forma é que elas [as escolas] podem ser penalizadas, chamadas à colação pelo facto de não estarem a cumprir os objectivos e estarem a cumprir o contrato que têm com o Estado?»
O que é que o jornalista julgará que significa tal expressão? Bem, há duas expressões semelhantes, só varia o verbo: trazer à colação e vir à colação. A primeira significa citar, referir a propósito; a segunda significa vir a propósito. Usou-a, pois, a despropósito. «Chama-se propriedade», lembrou Vasco Botelho de Amaral nas Meditações Críticas sobre a Língua Portuguesa (Lisboa: Edições Gama, 1945, p. 26), «aquela virtude que nos leva a escolher a melhor palavra capaz de traduzir com exactidão algum conceito.»
[Post 4367]
2 comentários:
«Virtude» que aduba mais do que qualquer outra os «caldos de Vieira», como lhes chamava Herculano, inexcedíveis noutras muitas, mas sobretudo nesta.
- Montexto
tem razão, foi mal usada a expressão. peço desculpa, atenatamente; António Jorge
Enviar um comentário