Reparem: «Elton John e o marido foram pais de um rapaz». Eu queria dizer qualquer coisa inteligente, mas só me acodem à mente vernaculidades aliviadoras. Não, atenção, contra Elton John e David Furnish. Que sejam muito felizes. Que dizer, porém, dos jornalistas, assim a cavalgarem a onda? Não brinquem.
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5 comentários:
What's the problem anyway, my dear Guégués?
Qualquer coisa me diz que eles não brincaram. Os jornalistas.
Não sei por quê, lembrei-me agora do título de um livro ou opúsculo, que não li, nem sei se é de Camilo Castelo Branco: «Voltareis, ó Cristo?»
- Montexto
Não sei, Fernando. Gostava de estar cá daqui a cinquenta anos para ver como é.
As notícias falavam em criança nascida de mulher que permitiu ser “barriga de aluguer”.
Não li nada, mas não estive com muita atenção, sobre quem forneceu o sémen. Biologicamente só um dos membros deste par homossexual é pai mas, pelos vistos, a criança vai ser considerada filha dos dois! Terão misturado sémen dos dois? Legalmente (nos EUA ou no Reino Unido?) estamos perante uma adoção? No entanto, só um deles é o pai biológico!
Linguisticamente, se se fala em casamento de pessoas do mesmo sexo, talvez possa dizer-se “casal”. Reconheço que, a respeito de um casal destes, não soa bem dizer que são um “par de maridos” mas, a confirmar-se o truque de não se saber quem é o verdadeiro progenitor, vamos certamente ouvir falar num “par de pais”!
E o óvulo de quem veio? Se é da mulher que o gerou, não se trata de verdadeira barriga de aluguer, embora a gravidez deva ter sido paga por bom preço… Se o óvulo veio de um banco de dadoras anónimas é caso para falar de mãe incógnita!...
Também eu estou quase a cair na tentação de dizer alguma vernaculidade aliviadora, não fosse saber que todas estas técnicas se fizeram para resolver situações de infertilidade de casais casais...
É um caso do mais absoluto machismo. Tratam a mãe como um objecto e omitem-na ostensivamente.
Mas deve andar tudo cego...
Cumpts.
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