12.1.11

Região gandaresa

Morreu e agora sabemos


      «Num café daquela cidade gandaresa, José Malta, farmacêutico, de 30 anos, confessa que tem de fazer “um exercício mental” para perceber o drama. Ao reagir à acusação de homicídio, desabafa: “Só se ele estava possuído, uma coisa do outro mundo, paranormal.” O cunhado enfatiza que havia uma “relação de confiança” entre o cronista e o jovem, mas, apenas, do foro profissional» («Suspeito de homicídio de Carlos Castro tinha namorada», Paula Carmo, Diário de Notícias, 11.01.2011, p. 55).
      Nunca tinha lido o vocábulo na imprensa. Pelos dicionários, não vamos longe no conhecimento do que seja gandaresa. Aqui, leio isto: «A região gandaresa estende-se no sentido norte-sul desde as Gafanhas da ria de Aveiro até aos campos do Baixo Mondego; a nascente confina com as terras da Bairrada e a poente com as dunas do litoral.»
      Gandarês é o que é próprio ou relativo à gândara, que é o terreno despovoado mas coberto de plantas agrestes ou o terreno arenoso pouco produtivo ou estéril. É isso mesmo, caro leitor, a gandarinha, a planta espontânea da família das Iridáceas, deve o seu nome ao facto de nascer nas gândaras. Isso mesmo, o topónimo Gandarinha é daqui que vem, do nome da planta, e a planta, como acabámos de ver, do nome do terreno em que cresce. Agora já pode contar aí (ou lá) em casa.

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