«Ontem, pelas 13H47, na cidade ameaçando chuva, uma lisboeta de avental parou, preocupada com um casal de turistas. Este agitava um mapa e tinha estampado, nas faces de ambos, a dúvida de ir pela Rua da Ribeira Nova ou pela Rua do Arsenal. A lisboeta interrogou-os com um sorriso. […] Há pouco, o ministério da Economia alemão reviu em alta o crescimento do seu PIB, baseado “na sustentada procura externa de produtos e serviços germânicos”» («Estou preocupado com a Alemanha», Ferreira Fernandes, Diário de Notícias, 4.01.2011, p. 56).
Cada um fale por si, mas, quanto a mim, só usaria «rever em alta» se fizesse jornalismo económico. Também aqui o exame Vieira ter sido útil. (E sabiam que «economês» está registado no Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa da Porto Editora? Prioridades...)
[Post 4280]
9 comentários:
«13H47» não deveria estar destacado a vermelho?
Pensei que devia assinalar, mas depois considerei que os leitores saberiam que o símbolo de hora não é um agá maiúsculo, mas sim minúsculo. Mas sim, é melhor assinalar.
Mesmo 13h47 (que segue o livro de estilo do Público) é discutível, pois a norma internacional aconselha que se escreva 13 h 47 min, ou, em notação simplificada, 13:47.
«na cidade ameaçando chuva» - o gerúndio a substituir uma oração subordinada adjectiva: há outro e bem melhor português.
- Montexto
No Diário de Notícias não é nada disso (e não me parece mal que não sigam as normas do Público...), mas 13.47.
Mas não é lícito usar-se uma oração reduzida de gerúndio?
Estranha opção do DN. Os últimos a defenderem e usarem a notação 13.47 foram os Alemães, e mesmo eles decidiram mudar para a norma ISO 8601 em 1996. A mais recente edição desta norma é de 2004-12-01 e pode ser encontrada na Internet.
Podem usar-se e usam-se orações reduzidas de gerúndio, mas com funções, não adjectivas, sim adverbiais.
Certo, se procurar, há-de achar um que outro caso em um ou outro bom autor, como por exemplo, se bem me lembro, em Manuel Bernardes, «água fervendo», mas raríssimo e como que por descuido.
A questão está tratada em város lugares, e cuido que por Botelho de Amaral e Agostinho de Campos, este, se não me falha a memória, na introdução a algum dos volumes que consagrou a Eça na sua esplêndia «Antologia Portuguesa».
- Montexto
«vários» e «esplêndida»: nunca esqueçam a recomendação de Fr. António Taveira.
- Mont.
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