Ainda não ficou tudo dito sobre o doido das distopias: «O atirador identificou-se como Jared Lee Loughner, de 22 anos, está sob interrogatório» («Ataque a congressista acende debate sobre o ódio na política», Dulce Furtado, Público, 10.01.2011, p. 10).
«Sob interrogatório»... Leiam o que João de Araújo Correia escreveu sobre esta preposição na obra A Língua Portuguesa: «Sabe-se, nesta enfermaria, que o celebérrimo sob, não obstante o instinto popular, que o sacode, não deixa de ser preposição portuguesa. Veio do Latim, sem passar pelo estômago do povo, mas, veio… Veio porque seria precisa esta preposição. Tanto, que bons escritores a empregaram. Mas, honra lhes seja, não abusaram dela. Foram, no seu manejo, tão cautelosos como elegantes. Quase se pode dizer que limitaram o sob à expressão abstracta, em frases como as seguintes: sob reserva, sob caução, sob custódia. Fora dessas frases, que se tornaram fixas, e à parte a discreta liberdade de algum estilista, o uso do sob é arriscado. Não abusemos dele, sob pena de o tornarmos ridículo» (Lisboa: Editorial Verbo, p. 75).
[Post 4305]
2 comentários:
A isso eu chamo escrever.
- Montexto
Ah, e reparastes no "mas" precedido e seguido de vírgula? Sestro do mestre.
- Montexto
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