Senha 27
«Seriam umas dez horas quando estranhei a ausência de acção. “Mas este processo não é aqui!”, respondeu-me a menina do guichet, abanando a cabeça enquanto me apontava no papel: era na 2.ª Secção do 3.º Juízo e não a [sic] 3.ª Secção do 2.º Juízo» («A cafrealização de Vara e outras histórias», Jorge Fiel, Diário de Notícias, 24.02.2011, p. 7).
Eu pensava que no Diário de Notícias se escrevia «guiché» (ou, cá está a dupla grafia, «guichê»). Isto para quem não quer usar um vocábulo bem português, como postigo ou portinhola. (Para certos falantes — no Alentejo? —, «portinhola» é sobretudo a braguilha.) No século XIX, abundavam na literatura as portinholas — das carruagens.
[Post 4486]
3 comentários:
Gosto de postigos. Ficam muito bem em Português e na província. Os 'guichets' não!...
Cumpts.
«Postigo» serve perfeitamente a quem teime em falar português, mania cada vez mais rara; o outro, de qualquer jeito que se pronuncie, é uma abdicação e uma infâmia, mas «dobrada» (em homenagem a Pacheco Pereira) de estrangeirismo, ainda por cima e mais precisamente de galicismo; donde, o coitado do lusíada não hesitará, como não tem hesitado.
— Montexto
Também tenho ouvido «portinhola», a significar «braguilha», noutras regiões, como por exemplo entre Aveiro e Porto.
RS
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