Perguntaram-me, ontem, como se escreve a onomatopeia do som das ambulâncias e dos carros da polícia. Primeiro, deve dizer-se que as principais onomatopeias deviam estar registadas nos dicionários. Depois, bem, depois vê-se com duas grafias precisamente por não estar dicionarizada. No caderno de exercícios de um manual da Língua Portuguesa, Na Ponta da Língua, da Porto Editora, leio «tinóni», mas não vejo necessidade do acento agudo. «O Helder, que partilhava o quarto com o Luís, estava numa sala ao lado do átrio, a ver sites sobre a cidade e a região, e veio ter comigo quando ouviu os carros da polícia, que não paravam com o seu tinoni, tinoni, tinoni... Não era bem assim, mas estou a traduzir o som das ambulâncias galegas para português» (A Caminho de Santiago, Ana Saldanha. Lisboa: Editorial Caminho, 2010, 2.ª ed., pp. 71-72). Em espanhol, mas há-de ser apenas na meseta ibérica, diz-se nino-nino-nino. Talvez Fernando Venâncio saiba como dizem as criancinhas galegas.
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2 comentários:
Havia uma corredor de automóveis francês que era o Pironi. Quando ouvi pela primeira vez o Adriano Cerqueira ou o Helder de Sousa apresentarem-no numa grelha de partida logo achei que o Tyrrell havia de ser uma bela ambulância.
Mais a sério: a Protecção Civil personificou a onomatopeia:Tinoni. E bem.
Cumpts.
Não, Helder, não sei como as criancinhas transpõem o som das ambulâncias na Galiza.
Mas faz-me lembrar uma velha disputa minha com o fundamentalismo lusista, que adoptou a grafia ão para o final galego que (a nós) soa «õu», tradicionalmente grafado on (ou om, na norma Agal).
Pedi (sem revelar o propósito) que me dissessem como ladram os cães galegos. Hoje, lembro-me só de uma coisa: não é seguramente «ão ão».
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