Dicionário para o dia-a-dia
«Isso aconteceu após a morte de Hérmias. Embora houvesse sido um bom tirano, tivera de subir pelo pau-de-sebo para atingir a sua posição, e havia quem dissesse que o fizera assassinando um rival» (iPlatão, Filosofia para o dia-a-dia, Mark Vernon. Tradução de Artur Lopes Cardoso e revisão de Henrique Tavares e Castro. Cruz Quebrada: Clube do Autor, 2011, p. 72).
Pesquisei aqui no Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora para 2011 (agora os dicionários desta editora são assim, seguem tendências de moda). Nada: não encontro «pau-de-sebo». E porquê? Ora, precisamente pela mesma razão que não encontro, por exemplo, «corda-de-roupa».
[Post 4415]
4 comentários:
"Voltearam na esplêndida voragem
Do gás e do champagne,
Fazendo do seu corpo uma estalagem,
Do seu amor um mastro de cocagne;"
Guerra Junqueiro, em A Morte de Dom João, dissertando sobre as cortesãs de "...Sorrisos fatigados,/Comprados aos dentistas."
«Champagne»? «Cocagne»? - Catano! Ó bardo de Freixo de Espada à Cinta quem te deu tamanha pinta?
- Montexto
Sim, Montexto, o bardo gostava de enfeitar sua poesia com empréstimos, mas tinha o vocabulário muito rico de um vernáculo que foge ao meu léxico passivo; fiz um glossário de mais de 120 termos que ele usou em "A Morte de Dom João", para poder apreciá-lo com propriedade.
Fez bem.
Mas reparo agora em que me esqueci da vírgula após o vocativo. Queiram imaginá-la no lugar, se fazem favor. Nós não pertencemos ao rol dos que inventaram a falta de pontuação, de que falava Jorge Luís Borges.
- Mont.
Enviar um comentário