19.2.11

Sob/sobre

Eloquente

      Na sua crónica de hoje no Diário de Notícias, J.-M. Nobre-Correia começa por afirmar que a presença da Igreja Católica deixou «marcas duráveis no analfabetismo dos indivíduos, primeiro, e no seu iletrismo, em seguida». Exemplos? Ah, isso agora... Mas continua: «Se há país onde o ascendente do clero sobre a sociedade é evidente é a Itália. E como se isso não bastasse, já lá vão trinta anos que a Itália vive sobre a alçada de uma televisão berlusconiana que foi adquirindo um estatuto hegemónico no plano sociocultural» («Esta trágica paixão criminal», J.-M. Nobre-Correia, Diário de Notícias, 19.02.2011, p. 67).
      Caro J.-M. Nobre-Correia, não se diz, neste contexto, «sobre a alçada», mas sob, debaixo da alçada. E «alçada» aqui vale por esfera de acção.

[Post 4458]


2 comentários:

Bic Laranja disse...

Uma marca durável da Igreja de Roma, eis o exemplo.
Cumpts.

Anónimo disse...

Que raio há-de saber da Igreja Católica, da influência da Igreja Católica, do analfabetismo dos indivíduos, e de Itália, quem ignora a comezinha distinção entre «sobre» e «sob», e não atina a escrever uma locução tão corriqueira como «sob a alçada de»? Eis uma das questões da filosofia perene.
— Montexto