Do Japão
«A explosão do edifício onde se encontra o reactor n.º 1 da central de Fucoxima-Daiichi veio adicionar o factor de um possível desastre nuclear de grandes proporções no Japão, 24 horas após o sismo de 8,9 de magnitude que atingiu sexta-feira a principal ilha do arquipélago, Honxu» («Japão vive pior acidente desde Chernobil», Abel Coelho de Morais, Diário de Notícias, 13.03.2011, p. 44).
Podem ser questões menores, estas da ortografia, mas apenas se relativas a lapsos temporais longos. No Público, lê-se Fukushima e Honshu. Mas também pergunto: porquê Fucoxima e não Fucuxima? Por outro lado, Diário de Notícias e Público grafaram Chernobil.
[Post 4557]
4 comentários:
O sh das vozes nipónicas devemo-lo agradecer decerto ao bife, para não variar. Por exemplo, o grande «Mishima» não deveria passar a «Mixima»? Grande vasculhada está a pedir tal questão...
— Montexto
Mais questões magnas de grafia:
Vejo-me aqui às aranhas com as regras que terá seguido o autor de Um Promontório em Moledo – Crónicas de Um Reaccionário Minhoto (Bertrand Editora, 2011) ao grafar «Doutor», «doutor», «Dr.» e «dr.», esse ridículo maior da vida portuguesa. Por exemplo, o pai do autor é sempre o «Doutor Homem», maiúsculo e por extenso, deferência até certo ponto explicável pela relação de parentesco entre autor e sua personagem, aliás ambos advogados. Mas, se Maria Filomena Mónica também é «Doutora», maiúscula e extensa (p. 11), já Pulido Valente não passa de «Dr.», maiúsculo, sim, mas abreviado (p. 177), sorte que comparte com Fernando Cachão, Henrique Barros Nunes, Celina Lopes, Sérgio Alves, Eduardo Boavida, Guilherme Gomes (p. 11), e até com Cunha Leal (p. 69). E Octávio Ribeiro, se primeiro também é contemplado como «Dr.», maiúsculo, porém abreviado (p. 11), passa depois a «dr.», abreviado, porém minúsculo (p. 16).
Destino este último a que não escapa Afonso Costa, também «dr.» abreviado e minúsculo, e o próprio Salazar, catedrático de Finanças em Coimbra, governador (vá lá: «líder», para que o novíssimo atinja à primeira) de Portugal durante décadas e democraticamente escolhido pelo bom povo como o português mais importante da história de Portugal, não vai além de «dr.», abreviado e minúsculo (pp. 20, 169, etc.). Só Júlio Dantas, suposto que também abreviado, volta a merecer honras de «Dr.» maiúsculo. (E até mais — atenção, Venâncio: «O velho Doutor Homem, meu pai, que apreciava a pintura de Almada, dizia que a História havia de vingar-se e um dia alguém teria de redescobrir o talento de Dantas» (p. 169)).
Não atino…
— Montexto
Essa do dr. Salazar, prezado Montexto, vá lá!... A Marona Beja no "Romance do Duarte Pacheco" não o ferrou senão como "o Outro". Com "O" grande, apesar de tudo.
Cumpts.
O «Outro», nesse caso, pode ter muito que se lhe diga, caro Bic. O «Outro» é também o nome do Demo, uma espécie de eufemismo ao jeito do de chamar Euménides às Fúrias e para não nomear, com todas as letras, a execração. Ah! Sim, cumpre reconhecer que os novíssimos também podem ter os seus repentes e alçapremar-se a estas elevações do grande estilo...
— Montexto
Enviar um comentário