Safa!
No original lê-se que a miúda tinha ido à festa «her hair in braids, chaps hugging her legs, a huge cowboy hat». Na tradução, ficou — homessa! — «chaps». Então não são os nossos safões, as meias calças largas, de pele, usadas sobretudo pelos pastores? E mais à frente a protagonista comprou bolbos de tulipas e de jacintos e agora vai abrir «trenches» para os plantar. Na tradução: «trincheiras»! É bem como escreveu Vasco Botelho de Amaral: «Os analfabetos continuam a fazer a língua, e os semianalfabetos continuam a desfazê-la» (Glossário Crítico de Dificuldades do Idioma Português, Vasco Botelho de Amaral. Porto: Editorial Domingos Barreira, 1947, p. 45).
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3 comentários:
Cova, rego, vala, fosso, sulco; um destes há de servir...
Sabe lá o tradutor o que são pastores, quanto mais safões! Vá a Beja, por onde se passeia, ou pelo menos passeava até há pouco, um maluquinho vestido de pastor à antiga, com safões e tudo.
— Montexto
Se ao tradutor repugna usar «safões», pode sempre usar «perneiras».
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