O calor à noite
«Anteontem e ontem, por volta da meia-noite em Lisboa, ainda a derrota do Benfica na Luz arrefecia e escurecia mais do que até os mais calorosos e iluminados tinham previsto, estavam duas dezenas de graus centígrados» («O calor de noite», Miguel Esteves Cardoso, Público, 7.04.2010, p. 39).
Miguel Esteves Cardoso nasceu alguns anos depois da Conferência Geral de Pesos e Medidas de 1948, que aboliu a designação «graus centígrados», pelo que não tem nenhuma desculpa para escrever «graus centígrados» (excepto, naturalmente, não ter tido professores que lho tivessem ensinado). Como não há, nem nunca terá havido, ninguém que tenha escrito tanto e tão bem sobre o tempo (na dupla acepção, distinguida — e nós com inveja (ou não, porque nos damos bem com a ambiguidade) — pelos bifes com os vocábulos time e weather), seria muito bom que contribuísse para a abolição de facto da designação «centígrado».
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