7.5.11

Prefixo «co-» e hífen

Caos

      «A co-evolução do parasita e do hospedeiro, cada um dos quais fornece um ambiente em rápida mudança para a evolução do outro, requer um tipo de resposta especial e rápida, que o sexo pode proporcionar» (O Dedo de Galileu, Peter Atkins. Tradução de Patrícia Marques da Fonseca e Jorge Lima. Revisão de Ana Isabel Silveira. Lisboa: Gradiva, 2007, p. 51).
      Coevolução ou co-evolução? O Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora não quer comprometer-se, e por isso, se regista «coeducação», não regista «coevolução». Depois do novo acordo ortográfico será mais simples. Antes, ou seja, agora e até 2016 (Maio ou Setembro, Fernando?), se o prefixo significa «a par», «juntamente», exige hífen — co-eleitor, co-esposa, co-eterno —, como se lê aqui, no sítio da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, onde se previne: «A regra, no entanto, não se aplica facilmente e de forma coerente, razão por que, em caso de dúvida, é sempre melhor consultar um dicionário.» Consultemos então a edição portuguesa do Dicionário Houaiss, porque regista ambos os vocábulos. Lá está: «co-educação» mas «coevolução». Pergunto: não significa o prefixo, em ambos, «a par», «juntamente»?


(Já aqui tínhamos visto cogeração/co-geração.)
[Post 4755]

8 comentários:

Paulo Araujo disse...

Tanto significa que o Dicionário Houaiss 2010, atualizado pelo novo AO, aqui já em vigor, registra os dois termos sem hífen. E todos os demais dicionários que ja foram atualizados. A PUCRS está atrasada.

Anónimo disse...

Perante o Doutor Hífen, mais um dos meus heróis, fico mudo de admiração e temor reverencial, que me tolhem toda a apreciação e crítica.
(Quarenta e quatro regras, Deus do Céu, para domar este tracinho, agora compendiadas em 12 ou 13 por um acordo (apud Bechara, entrevista em linha) que, pelo visto, nem sequer deixou líquido quando entra em vigor! Que é a ficção, ao lado da realidade?)
— Montexto

Bic Laranja disse...

A regra é só uma e bem simples. O prefixo co- vai com hífen quando o elemento seguinte tenha vida própria.
E «evolução» tem vida própria. A própria omissão do vocábulo composto no dicionário da Porto o denuncia.
Toda a jactância sobre dezenas de regras reduzidas a cerca duma dúzia (ou treze; nem nisso o Bichara é rigoroso) é propaganda. Quererá o fulano reduzir os sinónimos a um só vocábulo para simplificar a língua?
Credo!

Paulo Araujo disse...

A regra mudou.

Bic Laranja disse...

Para si.
Cumpts.

Paulo Araujo disse...

Para todos, depois que o AO entrar em vigor.

Bic Laranja disse...

Para todos também foi em 1945. E em 1931. E em 1915.
Cumpts. :)

Venâncio disse...

Maio, Helder. Mais exactamente, ou mais santamente, 13 de Maio de 2016. É então que o Acordo Ortográfico nos cai em cima, sem fuga nem alívio.