Eu sabia que era árabe
«Tal como para Morais Sarmento, a PLMJ sempre funcionou como alforge ou berço político para vários dos seus advogados, a começar pelos líderes: António Maria Pereira foi deputado “laranja”, de 1985 a 97, e o ex-bastonário José Miguel Júdice foi líder da distrital de Lisboa do PSD» (A lei do mais forte», Tiago Fernandes, Visão, n.º 765, p. 37). Como é que um jornalista escreve um disparate destes? Alfobre deveria ter escrito, que é, em sentido figurado, um lugar que produz grande quantidade de qualquer coisa. Como o vocábulo tem várias variantes e uma delas é «alforbe» (a par de «alfofre» e «alfovre»), podia admitir-se que o jornalista a tivesse usado, tendo sido um revisor, por ignorar a palavra, a alvitrar erro ali onde havia somente desvio ao conhecido — mas de qualquer modo é erro, e erro grosseiro, a induzir em erro leitores menos preparados.
Este texto jornalístico enferma de outros males, e um deles é o uso inadequado das aspas. Um exemplo: «[…] liderados por cada um dos 20 sócios de “capital” (o patamar mais alto, estando os de “indústria”, casos de Vítor Neves e José Jácome, um degrau abaixo.» Para que servem as aspas nas palavras «capital» e «indústria»? Tanto mais que umas linhas depois o jornalista escreve: «Em Novembro de 2006, a assembleia de sócios da PLMJ — 20 de capital e outros tantos de indústria — vota favoravelmente a redução dos 20 departamentos […].» Outro tipo de erro: «Na PLMJ, há, porém, quem garanta que o rombo provocado pela cisão e o efeito de arrastamento de clientes será mínimo. “A credibilidade e a força da instituição ainda são os valores mais seguros.” Alguns duvidam, e muito, deste auto-de-fé.» O jornalista queria dizer «profissão de fé», algo diverso e menos cruento. Assim vai a imprensa portuguesa.
«Tal como para Morais Sarmento, a PLMJ sempre funcionou como alforge ou berço político para vários dos seus advogados, a começar pelos líderes: António Maria Pereira foi deputado “laranja”, de 1985 a 97, e o ex-bastonário José Miguel Júdice foi líder da distrital de Lisboa do PSD» (A lei do mais forte», Tiago Fernandes, Visão, n.º 765, p. 37). Como é que um jornalista escreve um disparate destes? Alfobre deveria ter escrito, que é, em sentido figurado, um lugar que produz grande quantidade de qualquer coisa. Como o vocábulo tem várias variantes e uma delas é «alforbe» (a par de «alfofre» e «alfovre»), podia admitir-se que o jornalista a tivesse usado, tendo sido um revisor, por ignorar a palavra, a alvitrar erro ali onde havia somente desvio ao conhecido — mas de qualquer modo é erro, e erro grosseiro, a induzir em erro leitores menos preparados.
Este texto jornalístico enferma de outros males, e um deles é o uso inadequado das aspas. Um exemplo: «[…] liderados por cada um dos 20 sócios de “capital” (o patamar mais alto, estando os de “indústria”, casos de Vítor Neves e José Jácome, um degrau abaixo.» Para que servem as aspas nas palavras «capital» e «indústria»? Tanto mais que umas linhas depois o jornalista escreve: «Em Novembro de 2006, a assembleia de sócios da PLMJ — 20 de capital e outros tantos de indústria — vota favoravelmente a redução dos 20 departamentos […].» Outro tipo de erro: «Na PLMJ, há, porém, quem garanta que o rombo provocado pela cisão e o efeito de arrastamento de clientes será mínimo. “A credibilidade e a força da instituição ainda são os valores mais seguros.” Alguns duvidam, e muito, deste auto-de-fé.» O jornalista queria dizer «profissão de fé», algo diverso e menos cruento. Assim vai a imprensa portuguesa.
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