3.4.08

De novo o hífen nas águias

Escolham o melhor

Lembra-se da questão do uso do hífen nas palavras compostas, aqui recentemente tratado? Leiam esta notícia em dois jornais diferentes:

«O risco de extinção da águia-imperial levou a organização internacional de conservação da Natureza World Wide Fund for Nature (WWF) e o Sport Lisboa e Benfica a criar o Dia da Águia, que vai ser celebrado no próximo jogo entre Benfica e Académica, a 11 de Abril. Segundo a WWF esta é uma “acção de alerta” para o perigo de extinção da águia-imperial em Portugal» («Dia da Águia contra a extinção», Metro, 3.4.2008, p. 4).

«O risco de extinção da Águia Imperial levou a organização internacional de conservação da natureza WWF e o Sport Lisboa e Benfica a criar o Dia da Águia, que vai ser celebrado no Benfica-Académica. A WWF diz tratar-se de “acção de alerta” para o perigo de extinção da Águia Imperial em Portugal» («Perigo de extinção mobiliza ‘Águias’», Global, 3.4.2008, p. 6).

E então? O leitor apressado ficar-se-ia pelo óbvio e anunciado pelos outros: que o Global afirma que é «o diário de maior tiragem em Portugal», enquanto o Metro reclama ser «líder absoluto com 774 mil leitores diários». Isso não interessa para aqui.
Muito havia a dizer. Desde logo, que perigo e risco, apesar de serem conceitos estreitamente relacionados, têm significados diferentes. Perigo é uma situação que ameaça a existência de uma pessoa ou coisa, ao passo que o risco é a possibilidade realização de um perigo.
Para estar perfeito, ao texto do Metro só faltava uma vírgula. A opção pelo hífen parece-me, pese embora aquilo que afirmei no texto para que remeti mais acima, acertada. Aliás, em termos jornalísticos, é muito mais correcta do que a do outro jornal. Quanto ao texto do Global, grafar «Águia Imperial» é imperdoável.

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