Gostava de perceber
«E com a Guardia Civil todo o cuidado era pouco» (Morte no Retrovisor, Vasco Graça Moura. Revisão de Manuela Ramos. Lisboa: Círculo de Leitores, 2009, p. 10). «E ela teve a certeza do seu estado quinze dias mais tarde, exactamente na altura em que o patrão estava prestes a receber a visita do snr. Graf, importador de Hamburgo, que tinha grandes negócios de abastecimento da Wehrmacht com as conservas de peixe portuguesas» (idem, ibidem, p. 246). De revisor para revisor: se Wehrmacht não está em itálico, porque é que Guardia Civil está? Já por aqui passou uma questão em tudo, excepto nos exemplos, igual.
«E com a Guardia Civil todo o cuidado era pouco» (Morte no Retrovisor, Vasco Graça Moura. Revisão de Manuela Ramos. Lisboa: Círculo de Leitores, 2009, p. 10). «E ela teve a certeza do seu estado quinze dias mais tarde, exactamente na altura em que o patrão estava prestes a receber a visita do snr. Graf, importador de Hamburgo, que tinha grandes negócios de abastecimento da Wehrmacht com as conservas de peixe portuguesas» (idem, ibidem, p. 246). De revisor para revisor: se Wehrmacht não está em itálico, porque é que Guardia Civil está? Já por aqui passou uma questão em tudo, excepto nos exemplos, igual.
4 comentários:
Prezado Guégués,
Você poderia (ou podia? por que, não pode mais?) me explicar: em Portugal diz-se "gostava de perceber" e aqui no Brasil eu redigiria (ou redigia? por que, não redijo mais?)
"gostaria de perceber".
Ou seja, o que para nós é condicional (agora com a horrorosa denominação de 'futuro do pretérito', o que me parece um contra-senso), para vocês é 'pretérito imperfeito'.E, apenas a título de comentário adicional,aqui o tempo futuro está em quase extinção, pois muitos 'diriam' "vou gostar de perceber", com o verbo 'ir' tornando-se um auxiliar; tem até quem diga 'eu vou ir'; 'eu não vou ir'; e ainda pior, 'eu vou não vir', em lugar de 'irei', 'não irei' e 'não virei'.
É apenas uma questão do aspecto contrastivo tão bem definido no Houaiss, do qual seu atual editor, Mauro Salles, autor de um dicionário contrastivo, é um mestre?
Caro Paulo Araujo,
Não, esse valor do pretérito imperfeito do indicativo também a variante europeia do português a tem, usando-se para exprimir um desejo ou intenção. Como também se usa o condicional ou futuro do pretérito com valor de presente do indicativo para exprimir delicadeza: «Podia dar-me uma caixa de preservativos?»
O «Podia dar-me uma caixa de bolachas?» é o que Edite Estrela chama de imperfeito de cortesia.
Obrigado Guégués. Por aqui também usamos este, cujo novo nome agora aprendi, 'imperfeito de cortesia'; até mais do que, "Poderia 'me dar'(brasileirismo) uma caixa...?"
Mas jamais se usa na condição do título do post "Gostava de perceber", por 'gostaria'. Quando eu o li fiquei pensando nas razões do 'porquê não gostar mais'.
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