Uma doença de reis
Ignoro se a probabilidade de o leitor conhecer alguma mulher de nome Porfíria é maior do que a de conhecer a doença porfiria, mas Leonard Mlodinow saberia. Fiquei recentemente a saber da sua existência numa biografia: «Infelizmente, o Rei Frederico Guilherme [1620−1688], em quem havia qualidades excelentes e que tanto fez pelo seu país, estava doente. Tal como Jorge III, tinha uma doença hereditária, predominante entre os descendentes de Maria, Rainha dos Escoceses, que leva a vítima à loucura com sofrimentos prolongados e terríveis. É actualmente conhecida como porfiria e consiste numa desordem do metabolismo; os sintomas são algumas das mais horríveis desgraças com as quais a humanidade é atormentada — gota, hemorróidas, enxaquecas, abcessos e furúnculos, e também dores de estômago aterradoras e inexplicáveis» (Frederico, o Grande, Nancy Mitford. Lisboa: Edições Cotovia/Os Livros da Raposa, 2008. Tradução de Cecília Rego Pinheiro, p. 20). Em francês diz-se porphyrie e em inglês, porphyria.
Ignoro se a probabilidade de o leitor conhecer alguma mulher de nome Porfíria é maior do que a de conhecer a doença porfiria, mas Leonard Mlodinow saberia. Fiquei recentemente a saber da sua existência numa biografia: «Infelizmente, o Rei Frederico Guilherme [1620−1688], em quem havia qualidades excelentes e que tanto fez pelo seu país, estava doente. Tal como Jorge III, tinha uma doença hereditária, predominante entre os descendentes de Maria, Rainha dos Escoceses, que leva a vítima à loucura com sofrimentos prolongados e terríveis. É actualmente conhecida como porfiria e consiste numa desordem do metabolismo; os sintomas são algumas das mais horríveis desgraças com as quais a humanidade é atormentada — gota, hemorróidas, enxaquecas, abcessos e furúnculos, e também dores de estômago aterradoras e inexplicáveis» (Frederico, o Grande, Nancy Mitford. Lisboa: Edições Cotovia/Os Livros da Raposa, 2008. Tradução de Cecília Rego Pinheiro, p. 20). Em francês diz-se porphyrie e em inglês, porphyria.
2 comentários:
Uma outra palavra parecida com «porfiria» que é muito pouco conhecida e ainda menos usada pelos portugueses é «porfiado», que significa, entre outras coisas, teimoso. O estranho é que qualquer espanhol conhece, e usa abundantemente, esta palavra.
Quem morreu de porfiria foi a filha (Paula) da escritora Isabel Allende. Mais detalhes em "Paula", livro desta escritora.
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