27.2.10

Feminino de «bispo»

Nada feminista


      «Margot Kässmann, de 51 anos, era até há poucos dias bispo de Hanôver e presidente do conselho nacional da Igreja Evangélica, que conta com cerca de 25 milhões de fiéis na Alemanha. Tinha 41 anos quando, em 1999, foi nomeada, tornando-se a bispo mais jovem no país. Em Outubro do ano passado chegou ao topo da Igreja Evangélica alemã e fez história a ser a primeira mulher a ocupar o lugar» («Margot Kässmann», Carla H. Quevedo, Metro, 26.2.2010, p. 9).
      Errado: o feminino de bispo é episcopisa. E os dicionários, que são todos, que registam que episcopisa era a «mulher que nos princípios do cristianismo desempenhava certas funções sacerdotais sem jurisdição episcopal» também precisam de reformular a definição. A propósito de feminino, o semanário Expresso lá continua denodadamente a usar chancelerina: «Indiferente aos protestos das autoridades suíças que falaram em receptação de informação roubada, a chancelerina Angela Merkel recuperou por esta via 200 milhões de euros (valor que já inclui as multas a aplicar aos infractores)» («A honra perdida de uma Suíça orgulhosamente só», Rui Martins, Expresso, 6.2.2010, p. 32).
      Na imprensa alemã, o nome da episcopisa é grafado com a letra ß (scharfes S ou Eszett), Käßmann, habitualmente substituída, em países não germanófonos, por ss.

[Post 3187]

1 comentário:

Roberto de Barros Benévolo disse...

Em 20/10/2005, o site da Ciberduvidas da Língua Portuguesa considerava que a forma a chanceler era a mais indicada para uma mulher; já em 23/12/2005, o mesmo site também admitia como possíveis as formas a chancelera e a chancelerina.
Outras formas são a chançarina, a chançarona e a chançaleira, apesar de as duas últimas também designarem um peixe semelhante ao pargo.