8.5.10

A baixo/abaixo

Altos e baixos


      «Dunia tinha obviamente trabalhado arduamente depois de sairmos, não só assegurando que as senhoras partiam sem problemas — talvez tivesse chamado um dos peões delas para as acompanhar —, mas preparando o nosso apartamento para o dia seguinte, quando uma nova horda de devotos e de gente à procura do meu pai fizesse fileira à porta, escadas a baixo» (A Filha de Rasputine, Robert Alexander. Tradução de Oscar Mascarenhas. Lisboa: Círculo de Leitores, 2007, p. 74).
      Lá está a fileira, algo incomum. Mais à frente, um erro: escadas a baixo. Lembram-se do poema de Fernando Venâncio? Sim, esse: «Escada acima,/Escada abaixo,/Rua afora,/Mar adentro.» É pena não figurar nos manuais escolares. Nesta tradução, os mesmos erros repetem-se: «Estava a lamentar-se por isso... ou por me ter usado e mentido quando viajámos pelo rio Tura a cima naquele belo dia de Verão e depois ter conduzido a assassina potencial do meu pai até ele?» (idem, ibidem, p. 77). «Tirei-lhe o casaco do ombro esquerdo, deslizei-o pelo braço a baixo e puxei-o bruscamente por cima da mão, depois de ter passado a ferida» (idem, ibidem, pp. 78-79). «Abriu então a porta das traseiras e enfiou-se pelas escadas escuras e estreitas a baixo com a mesma facilidade que uma marmota-preta da Sibéria se esgueira pelo seu buraco de gelo» (idem, ibidem, p. 90).

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