«Só ele nos sabe contar que Estaline considerava Robinson Crusoé como o “primeiro romance socialista”, que a mão de Mao Tsé-Tung era “rosada como se tivesse fervido numa panela”, ou que a pele branca e os olhos desvairados de Trotsky lhe davam a aparência de um ídolo sumério de alabastro» (O Que Faço Eu Aqui?, Bruce Chatwin. Tradução de José Luís Luna e revisão de Carlos Pinheiro. Lisboa: Quetzal Editores, 2009, p. 130). «O romance mais conhecido, La condition humaine (A Condição Humana), relata, numa delirante sucessão de episódios, a última revolta de Xangai contra Chiang Kai-Tchek, em 1927» (idem, ibidem, p. 131). «Nos seus esforços, Wu-ti foi recompensado pela descoberta de um rapaz de dezoito anos, Ho-Ch’u-ping, que se proclamou o flagelo dos Hunos» (idem, ibidem, p. 221). «O imperador enviou o seu embaixador, Chang-ch’ien, à procura deles nas regiões do Extremo Ocidente a fim de os persuadir a regressar às suas antigas pastagens» (idem, ibidem, p. 222). «Os habitantes liquidaram o seu velho e irritável rei e prometeram dar a Li-kuang-li os seus melhores corcéis celestes, se ele levantasse o cerco» (idem, ibidem, p. 225). «Ocorreu-nos, no entanto, que estes garatujos tempestivos não estavam, no final de contas, muito longe do espírito de Tao-te-ching, de Lao-tze» (idem, ibidem, p. 237).
Gritemos em coro para que o tradutor e o revisor nos possam ouvir: qual o critério? Nenhum, evidentemente! Já aqui abordámos esta questão. (E não vejo «garatujo» registado em lado nenhum.)
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