«— Penso que Sua Majestade deve saber que o seu almirante chegou a acordo com a minha mãe sobre esse assunto, que não me diz respeito. Quanto à Casa da Rainha, que interesse pode ter Sua Alteza em incluir neste rancho, que a mim já me parece verdadeiramente excessivo, senhoras escolhidas pelo rei?» (Catarina de Bragança, Isabel Stilwell. Revisão de Eurico Monchique e Alexandra Pereira. Pesquisa histórica de Joana Troni. Lisboa: A Esfera dos Livros, 5.ª ed., 2008, p. 347).
Já aqui tínhamos visto este erro noutra obra de Isabel Stilwell. Como na outra, também nesta se repete por todo o texto, com a agravante de aparecer, nesta fala, «Sua Majestade» e «Sua Alteza» referidos à mesma pessoa, o rei Carlos II de Inglaterra. Se alguém tivesse feito o reparo logo na primeira edição, agora os leitores não estavam a ler e a reproduzir estes disparates, que se repetem de obra para obra. Infelizmente, apenas uma em cada mil recensões de livros se debruça sobre a matéria de que as obras são feitas: a língua. Se se trata de tradução, o recenseador limita-se muitas vezes a exalçar a obra original ou a mencionar aspectos laterais, como a biografia do autor. Sobre a tradução em si, os seus méritos e deméritos, pouco ou mesmo nada escreve. Também costuma usar-se metade, ou até mais, do espaço com citações da obra, como se dessa forma o leitor pudesse formar uma ideia aproximada da obra toda.
[Post 3497]
4 comentários:
Trata-se de um erro com mui ilustres cultores (as). Ainda há pouco ouvimos a nossa Primeira Dama, ex-professora universitária ao que julgo saber, dirigir-se ao papa como Sua Santidade.
Talvez tenha sido o nervosismo de falar com deus-na-terra. :-)
Vossa?
Com muitos destes posts o problema é que fico a pensar: “Mas afinal o que estaria então certo”? Okay, tenho de ser eu a pensar…
Cara Bruxa:
Se me dirijo a Vossa Excelência é uma coisa, mas se me refiro a outrem a coisa é outra.
Imagine Vossa Alteza que a tomo por Rainha de Espanha!
Não acha que Sua Alteza a Rainha Isabel II ia ficar com cara à banda?
D. Maria Silva devia ter dito a B16: "Peço a Vossa Santidade que haja mais santidade entre os seus padres e bispos" e, virando-se para o lado, dizer: "Aníbal! Sua Santidade não percebeu!"
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