«Glastonbury comemora 40 anos este ano e tem decorrido desde sempre na mesma quinta. O dono, Michael Eavis, ainda fornece todo o leite, cidra, madeira e palha para o festival» («“Ama a quinta, não deixes rasto”», J. C., Metro, 21.06.2010, p. 4).
A palha para os festivaleiros se deitarem, a madeira para se aquecerem, o leite para se alimentarem e a cidra para curarem a ressaca? A crer no artigo, sim. Mas é uma tradução, e o que se lê no original é: «Yet even then all the milk and the cider and the straw came from the farm.» Cider! Faz lembrar a moxama. Pela etimologia, era de esperar que fosse «cidra», mas é «sidra», um homófono. A cidra é o fruto da cidreira (Citrus medica); a sidra é a bebida alcoólica obtida a partir da fermentação de maçãs. O que é que acham agora que o Sr. Eavis (ou Mr Eavis, como escreveriam muitos tradutores) dá aos frequentadores do Festival de Glastonbury?
(Tanto o Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora como o Dicionário Priberam da Língua Portuguesa precisam de registar o substantivo «festivaleiro».)
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