Entre nós, sápido é um termo usado quase exclusivamente pelo crítico gastronómico José Quitério. E quem é que, assim de repente, se lembra logo que o antónimo é insípido? Pois é, o mesmo fenómeno fonético ocorre no par sapiente/insipiente (e este a ser confundido, demasiadas vezes, com incipiente). Umas tinturas de latim, e temos logo os poetas a escreverem in-sápido e in-sapiente. Os poetas, convencionou-se, podem escrever como quiserem. Ainda recentemente, o revisor (e também poeta!) Levi Condinho, na tal conversa na Católica, lembrava que Herberto Helder escrevera «cona» com acento circunflexo. Da fama não se livram eles.
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