1.6.10

Tradução: «racoon»

Racum com espaguete


      «Os problemas com Les Farley começaram mais tarde, nessa noite, quando Coleman ouviu qualquer coisa mexer nos arbustos, no exterior, achou que não se tratava de um gamo ou de um racoon, levantou-se da mesa da cozinha onde ele e Faunia tinham acabado de comer o espaguete do jantar e, da porta da cozinha e à meia-luz estival do anoitecer, distinguiu um homem a correr pelo campo das traseiras da casa, na direcção da casa» (A Mancha Humana, Philip Roth. Tradução de Fernanda Pinto Rodrigues e revisão de Fernanda Abreu. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 2004, p. 65).
      Fernanda Pinto Rodrigues não é dessas tradutoras fundamentalistas que levam tudo a eito, sem concessões a estrangeirismos, mas, neste caso, não compreendo porque não traduziu racoon. Sempre o vi traduzido por «guaxinim» (Procyon lotor). O Dicionário Houaiss regista o aportuguesamento racum. O problema com a tradução de nomes de animais é muito simples: muitas vezes, por não se ter identificado bem o nome científico, a tradução está errada.
      O Dicionário da Língua Portuguesa da Porto Editora não regista espaguete (único aportuguesamento, foneticamente mais próximo do étimo, usado pelos Brasileiros), que eu nunca usei nem usarei.

[Post 3529]

3 comentários:

Anónimo disse...

Que mal há com o "espaguete" para não querer usá-lo?

Paulo Araujo disse...

Com o devido respeito ao aspecto contrastivo, 'espaguete' parece mais correto que 'esparguete' (Priberam); quanto a pizza, piazzaiolo e pizzaria, ainda não conseguimos aportuguesar.

Anónimo disse...

Poderíamos adulterar levemente a pronúncia com "piza, pizaiolo, pizaria"; ou tentar um estranho "pitsa", já que temos "tsar".