6.7.10

Como se escreve nos jornais

Parece-me simples


      Todos os dias fico estupefacto com as incongruências e erros que saem nos jornais. Na era da informática, seria facílimo ser disponibilizado, a revisores e jornalistas, na intranet das redacções, não um livro de estilo, mas algo mais específico e exaustivo: uma lista dos vocábulos que habitualmente suscitam dúvidas e de opções da publicação. A lista teria de resultar, naturalmente, de um consenso informado, não do capricho de um só indivíduo. Ainda ontem assisti a uma longa discussão das chefias da redacção porque, depois de anteontem o jornal se ter referido ao clube italiano como Génova, ontem havia quem quisesse (e conseguisse) que fosse Genoa. Mas já se tinha tido a mesma discussão semanas antes. O mesmo se passa com outras, bem mais ponderosas, questões linguísticas. Por vezes, pode nem sequer saber-se de onde parte a directiva. Pode vir um malabruto e lançar: «A partir de hoje, não se escreve “rioavista”, mas “vila-condense”. Anda aí um parvalhão a inventar essa merda.»

[Post 3670]

Sem comentários: