31.8.10

«Às custas», de novo

Reciclem-na já


      A mais recente trapalhada nos jornais portugueses relaciona-se com o nome por que querem ser conhecidos os ciganos noutros países. Não em Portugal, que ainda cá não chegou a moda. «Isabela Mihalache, directora adjunta da organização internacional European Roma Rights Center, não quer que lhe chamem cigana. Tigan, na Roménia, é sinónimo de escravo. E os ciganos romenos não desejam perpetuar uma história de servidão. Querem um nome limpo — querem ser roma» («Romenos que não são vistos como cidadãos», Ana Cristina Pereira, Público, 30.08.2010, p. 8). E mais: «A socióloga desfaz o estereótipo dos roma da Roménia, que estão a ser expulsos de vários países europeus, França, mas também Itália, Alemanha, Dinamarca e Suécia: “Não querem trabalhar, vivem às custas da segurança social, roubam, mendigam, não se vêem atrás de uma secretária a trabalhar num computador”.» Isabela Mihalache não saberá português, o erro crasso é, seria sempre, da jornalista.

[Post 3837]

5 comentários:

Paulo Araujo disse...

No Brasil 'às custas' é a forma usual.

Anónimo disse...

Pobre Brasil!
- Montexto

Dulce disse...

No Brasil não é a forma correta. Aqui no Brasil o correto é:
"O certo é à custa de e não 'às custas de': Vive à custa da mulher. / Elegeu-se deputado à custa de conchavos." (verbete "Custa", pág. 84 do Manual de Redação e Estilo, de Eduardo Martins, do jornal "O Estado de S.Paulo")

Helder Guégués disse...

Cara Dulce: o leitor Paulo Araujo, brasileiro, mandou-me um recorte do Dicionário de António Moraes Silva, onde se lê que commumente se usa o plural.

Paulo Araujo disse...

A leitora Dulce comprovou a forma correta, a que o blogue postou; eu comentei sobre a forma usual.