1.9.10

Tradução de nomes próprios

Sim, não, talvez


      A tradução dos nomes próprios é matéria que tem gerado alguma controvérsia. Na tradução de obras clássicas, essa era e é a regra. Claro que é sempre mais fácil haver tradução, em especial de apelidos, se estes tiverem conteúdo semântico. No D. Quixote... Bem, a começar pelo protagonista, houve tradução, ou, melhor, adaptação fonética, que as cordas vocais dos nossos compatriotas estão pouco afeitas a articular tal som, que só por arremedo, e antes não saísse... Quijote. Bem, há uma personagem de nome Juan Haldudo. Na tradução de José Bento, é-nos apresentada como João Aldrabão. Um tal Pedro Recio ficou Pedro Récio; Diego de Miranda, Diogo de Miranda; Lorenzo, Lourenço; don Juan de Austria, D. João de Áustria; Juan de Úbeda passou a João de Úbeda; Lope Tocho ficou crismado como Lopo Tosco, e Juan Tocho, João Tosco; Teresa Cascajo foi-nos apresentada como Teresa Cascalho. Diego de Valladolid é Diogo de Valhadolide; Juan de Andrea de Oria ficou João de André de Oria. Sancho Panza ficou para nós Sancho Pança, e sua mulher, Juana Pança, é Joana Pança, claro. Contudo, lapso do tradutor e meu, o nome de solteira da cara-metade de Sancho ficou... Juana Gutiérrez. Mas também Juan Pérez de Viedma não sofreu alteração, como a não sofreu Alonso López. Há estudos académicos sobre esta questão, pelo que não se esgota assim, nem pouco mais ou menos, o que se poderia dizer.

[Post 3838]

4 comentários:

Anónimo disse...

A intenção e regra seguida foi boa. Lapsos não há quem não tenha. Corrija-se na próxima edição.

Helder Guégués disse...

Do mesmo alvitre e parecer (caro F.?) sou, que também fui culpado.

Anónimo disse...

Não F., mas Montexto.

Helder Guégués disse...

Se o anónimo podia ser F., vejo e concluo que F. não podia ser Montexto.