Hans Castorp está na sala de refeições das sete mesas quando alguém bate estrepitosamente, ao entrar, com a porta envidraçada da esquerda. Hans fica quase apopléctico. Fica a saber que foi uma tal Madame Chauchat que assim acabara de entrar. Quer saber se é francesa. «“Nein, sie ist Russin”, sagte die Engelhart. “Vielleicht ist der Mann Franzose oder französischer Abkunft, das weiß ich nicht sicher.”» A tradutora portuguesa verteu assim: «— Não, russa — respondeu a menina Engelhart. — Talvez o marido seja francês ou de descendência francesa, não tenho a certeza» (A Montanha Mágica, Thomas Mann. Tradução de Gilda Lopes Encarnação e revisão de Clara Boléo. Lisboa: Dom Quixote, 2009, 2.ª ed., p. 94).
É incompreensível como um erro deste calibre — que já aqui vimos diversas vezes, sobretudo em traduções do inglês — escape a duas pessoas, e não quaisquer duas pessoas, mas uma tradutora e uma revisora.
[Post 3755]
Sem comentários:
Enviar um comentário