5.8.10

Como se escreve nos jornais

De bom a mau


      Eu tinha defendido aqui que «devia ser Unidade de Contraterrorismo ou Unidade contra o Terrorismo, porventura melhor português. E ainda melhor: Unidade de Combate ao Terrorismo». Devia ser, mas não é. Os jornalistas, porém, parecem não saber (ou, se lhes parece e fazem questão, «parece não saberem»): «Os corpos das alegadas três vítimas de Francisco Leitão poderão nunca ser encontrados caso tenham sido esquartejados e colocados em contentores de lixo. Este é um cenário que os investigadores da Unidade Nacional contra o Terrorismo, da Polícia Judiciária (PJ), equacionaram» («Corpos das vítimas do ‘rei Ghob’ em risco de nunca ser encontrados», Luís Fontes, Diário de Notícias, 4.08.2010, p. 18). Quando, nos tempos áureos do Diário de Notícias, cada texto era visto por cinco pessoas — autor, editor, dois revisores (um lia em voz alta, o outro seguia o texto) e um passador —, seria menos provável este erro passar em claro.

[Post 3759]

3 comentários:

Manuela Gonzaga disse...

Acontece que o dilema de quem revê, ou escreve este tipo de textos, passa muitas vezes por escolher a forma correcta ou aquela que, na realidade, designa a entidade.

Dentro da PJ há de facto uma unidade que se chama Unidade Nacional de Contra-Terrorismo.

Corrigir o erro que há anos é publicado diariamente vai levar-nos a atribuir um "nome" à instituição que a própria "não se chama"...

Também os organismos e as instituições deveriam ser devidamente aconselhados na hora de criarem as suas designações.

Anónimo disse...

Ao ler o seu artigo, fiquei com a seguinte dúvida. Qual era a função do passador? Obrigado.

Helder Guégués disse...

Pesquise a palavra no blogue, pois já aqui expliquei a função.