13.8.10

«Estado social»

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      «Muita da esquerda continua irresponsavelmente pregada a dogmas. Ouvimos vozes estafadas vestirem a ferrugenta armadura de guerreiros de esquerda e assumirem o papel de guardiões do Estado-social ou Estado-providência» («Estado com coração», Luís Campos Ferreira, Correio da Manhã, 12.08.2010, p. 2).
      É, certamente, uma convicção do autor, pois escreve *Estado-social sete vezes. O professor universitário e deputado há-de pensar que, lá porque se escreve Estado-providência, se tem de escrever *Estado-social. E onde está a analogia, pode saber-se? «Social» nem é, por acaso, adjectivo, não?
      A meio do texto, o deputado também assevera que «fomentamos a cultura do não trabalho e da subsídio-dependência», mas já aqui vimos que se deverá escrever subsidiodependência. Imagino que os revisores estivessem manietados e o autor mandasse castigar aquele que se atrevesse a melhorar-lhe o texto...

[Post 3782]

1 comentário:

Francisco Agarez disse...

Não seja mauzinho! O homem até tem um estilo pitoresco e suculento. Repare só neste pedaço da frase que transcreve: "Ouvimos vozes estafadas vestirem a ferrugenta armadura de guerreiros de esquerda e assumirem o papel de guardiões do Estado-social ou Estado-providência». Só mesmo o facto de a tal armadura de guerreiros de esquerda estar (ou ser?) ferrugenta nos (salvo seja) permite ouvir vozes estafadas vestirem-na. Nada que um fiozinho de azeite nas ditas armaduras não resolvesse. Mas, pelos vistos, na esquerda não há azeiteiros. Bendito Campos Ferreira! Bendito Correio da Manha!