7.9.10

Onde/aonde/donde

Erros de mujique


      Ferreira Fernandes que me desculpe, mas quando li a sua crónica de ontem lembrei-me de um livro escandalosamente mal revisto de que aqui falei: O Mapa Secreto (Livro 3 de As Crónicas de Spiderwick, de Tony DiTerlizzi e Holly Black, tradução de Isabel Gomes e revisão de Isabel Nunes. Editorial Presença, Lisboa, 3.ª ed., 2008). Dois exemplos do que pretendo abordar: «— Para aonde vamos? — perguntou Jared» (p. 67). «Para aonde vamos agora? — perguntou Jared. Estavam a subir novamente para o cimo da primeira colina, o que era bom sinal, mas estavam a caminhar num ângulo tal que Jared achava que não podiam estar minimamente perto do ponto de encontro indicado no mapa» (p. 68). E agora Ferreira Fernandes: «Jorge Luis Borges, em Evaristo Carriego, faz Moshe e Daniel encontrarem-se no meio da estepe russa: “A onde vais, Daniel?”, diz um. “A Sebastopol”, responde o outro. “Mentes, Daniel. Dizes que vais a Sebastopol para que eu pense que vais a Nijni-Novogorod, quando tu vais mesmo para Sebastopol» («O bolero ‘Quizás, Quizás, Quizás’...», Ferreira Fernandes, Diário de Notícias, 6.07.2010, p. 52). Erro ou gralha? O jornalista costuma ser mais cuidadoso.

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