Numa proposta que me parece acertada, as 53 freguesias de Lisboa vão ser reduzidas quase a metade: 27 ou 29. E os nomes de algumas vão mudar. Miguel Esteves Cardoso, na sua crónica de hoje no Público, congratula-se: «O mérito principal da nova proposta é usar nomes que os lisboetas usam (Mouraria), em vez de nomes religiosos que ninguém conhece (S. Cristóvão, S. Lourenço e Socorro). Campo de Ourique em vez de Santo Condestável e Santa Isabel está bem. Avenidas Novas em vez de São Sebastião da Pedreira e Coração de Jesus também. E Areeiro em vez de São João de Deus é um alívio. Mesmo assim, as Amoreiras continuam em Santa Isabel. Os Prazeres e Alcântara são diferentes. O Lumiar nada tem a ver com os Olivais. E, já que se perdem tantos santos, porque não só Benfica em vez de São Domingos de Benfica?» («Santos a mais», Miguel Esteves Cardoso, Público, 15.10.2010, p. 49). Alto aí, Miguel! Não está a propor que haja duas freguesias denominadas Benfica, não? É que há São Domingos de Benfica e Benfica.
(O vocábulo «toponímia» fez-me lembrar de outro, «homonímia», e do facto, estarrecedor, de recentemente ter visto umas provas de uma obra e de uma das emendas ser esta: homonímia → homonimia. Se existem ambas as grafias, qual a legitimidade de se fazer semelhante emenda? Convenhamos que não é exactamente o mesmo que substituir detalhe por pormenor ou sucesso por êxito, isto para não fugir ao que ainda é polémico.)
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