13.11.10

Pronúncia

Gosto disto


      «Com que então, traduziu o nosso Cervantes?!», disse a criatura, como quem diz que atrevimento o seu. Apetecia-me dizer-lhe que não é nosso, sobretudo com aquele e escancaradíssimo. Lembrei-me logo de João Araújo Correia: «De tal maneira gritam por aí as nossas velhas vogais, que é força ir à Espanha e até à França quem tiver saudades das que foram brandas. Cervantes, na Espanha, ainda é o Cervantes. Cá em Portugal, agora é o Cèrvantes. E o De Gaulle, cá em Portugal, é o Dè Gaulle» (A Língua Portuguesa, João de Araújo Correia. Lisboa: Editorial Verbo [s/d, mas de 1959], p. 55).

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