«Para já», disse José Manuel Rosendo, nas notícias das 3 da tarde de ontem na Antena 1, «vamos em directo para o aeroporto de Lisboa, onde está o repórter Miguel Videira. Vamos fazer um ponto de situação.» Estou farto de ouvir isto. Vejamos, caro José Manuel Rosendo: não se estava a referir a uma situação concreta, a que se vivia no aeroporto de Lisboa, relacionada com a greve dos controladores espanhóis? Então, é ponto da situação.
[Post 4160]
3 comentários:
Ora, ora: acabo de ouvir Nuno Rogeiro — cuido que Senhor Professor Doutor Catedrático, mas, se não for, aposto dobrado contra singelo em que para lá se há-de encaminhar — a dizer «com toda a tranquilidade» na Sic Notícias, 05.12.2010, 14 h 51 min, que os Cabo-Verdianos são extremamente «cultivados». As batatas também, acrescento eu. E «mal haja quem bem não cuide», como traduzia Ramalho.
Mas é fácil de perceber: três forças concorriam até há pouco para a integridade e consistência da língua portuguesa: a leitura aturada dos clássicos, o ensino do latim, a atenção ao falar do povo. Mas agora o povo já não é o que era: quase não há bicho-careto que não se considere habilitado a integrar as falanges temerosas dos intelectuais ou intelectualóides, que em matéria de correcção linguística são praticamente uma e a mesma coisa; o latim receio que já nem os padres o estudem; restam os clássicos, que todavia o zé-pagode, num grande esforço de erudição, confunde com Eça de Queirós, e por aí se queda. Acrescenta-lhe a leitura de periódicos e as legendas da indústria cinematográfica e audiovisual.
O resultado está à vista: prémios nacionais e internacionais em barda em celebração da cerebração lusa mais recente. Que pena não termos alijado há mais tempo aquelas três forças ilaqueadoras! Mais vale tarde do que nunca...
— Montexto
E, a propósito de legendas, ainda ontem, à noite, relanceando um programa da TVI 24 sobre não sei que hotéis apalaçados, construídos ou geridos por franceses no Norte de África, me edifiquei com a escrita e acentuação do nome da respectiva cidade: Marraqueche, com «ch» e paroxítona, ao longo de todo o programa, também com toda a lata.
Os Franceses é que sabem. Nós nunca tivemos dares e tomares com Marrocos, aliás Maroc, onde se sabe que nunca pusemos pé antes dos tais, e carecemos de forma própria de grafar o nome das suas cidades. Pedimo-la emprestada aos Franceses. Pedir emprestado é o nosso fado, não só na verba, que também no verbo, como diria Camilo, de quem se têm lembrado aqui alguns exemplos.
— Montexto
Ainda bem que ouve a Antena 1. De facto, o directo com o nosso reporter no aeroporto de Lisboa, para além do ponto da situação, visava a possibilidade de um ponto de situação, porque havia a possibilidade de ouvirmos nesse directo o porta-voz da TAP que teria informação de todos os aeroportos. Encontrei este blog por acaso. A crítica é saudável, mas quando é "atirada ao ar" sem que o criticado saiba de tal, pode parecer elogio em causa própria do tipo "eu é que sei, vejam como sei". Como presumo que a crítica sem segundas intenções tenha objectivos construtivos, não teria sido dificil encontrar-me. cumprimentos. O próprio: josé manuel rosendo
Enviar um comentário