Já aqui defendi mais de uma vez, e expliquei porquê, que não se devia grafar Ground Zero em itálico. A expressão passou a ser usada superabundantemente após os atentados às Torres Gémeas de Nova Iorque. Cá está: Torres Gémeas. Foi assim que, a determinada altura, se passou a dizer entre nós. (Em contrapartida, nós é que temos as verdadeiras Twin Towers ali para Sete Rios...) Se a temos de usar duas ou três vezes, não pensamos muito no caso. Se, pelo contrário, a temos de usar algumas dezenas de vezes no mesmo texto, já dedicamos ao assunto mais alguma reflexão. A expressão teve origem com o lançamento das bombas atómicas em Hiroxima e em Nagasáqui. Refere-se à área onde todos os edifícios foram quase arrasados e onde a mortalidade atingiu os 85 por cento ou mais das pessoas que se encontravam na rua sem protecção. Em Hiroxima, por exemplo, o raio do Ground Zero ficou acima de 1,6 km. Porque não traduzir sempre por Zona de Impacto, como se vê algumas vezes?
[Post 4227]
3 comentários:
«Ground Zero» é servilismo invertebrado de que não me sinto capaz, por mais que me esforce.
A «Zona de impacto», ou, talvez melhor, «Zona de impacte» (veja-se o que diz João de Araújo Correia sobre «impacto» na «Enfermaria do Idioma», e Rodrigo de Sá Nogueira no «Dicionário de Erros e Problemas de Linguagem»), ou, talvez ainda melhor, «zona de embate» ou «zona de choque», não digo que não.
- Montexto
Mas porque não "zona zero"? O significado do "ground zero" inglês não se esgota em "zona de impacto"; a "zona de impacto" pode estender-se bem para lá do "ground zero". "Zona zero" é bom português, certamente...
E se fosse «hipocentro»?
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