Ficamos assim
Todos os dias chegam ao blogue leitores que querem saber alguma coisa sobre a katóta cabo-verdiana. Estou farto. Mas vamos lá, talvez não saibam exactamente, coitados, a que me refiro quando digo que é sinónimo de órgão sexual feminino. Eis os sinónimos mais poéticos: amêndoa, bainha, flor do corpo, folhos, lalinha, marmota, narsa, países baixos (boa tarde, Fernando Venâncio!), pérola, rabeca, romã, rubi, salão de festas... E pode ler-se no Dicionário do Crioulo da Ilha de Santiago (Cabo Verde), dir. Jürgen Lang (Tübingen: Gunter Narr Verlag, 2002, p. 351): «kotóta [ko’tɔtɐ] s. (vulg.), var. katóta, dt. Geschlechtsorgan der Frau, pg. órgão sexual da mulher, sin. pitáda, kapiton, krika. Expr. idiom.: ~!, dt. Verdammt!, pg. Chiça!: # ~! Dja bu kába modja-m kamiza! (RS) (do portug. catota?)».
P. S.: E quem é que anda afanosamente a pesquisar «“antónio guerreiro” + revolta»?
P. S.: E quem é que anda afanosamente a pesquisar «“antónio guerreiro” + revolta»?
[Post 4417]
5 comentários:
Ora, ora, podia dar-nos os sinônimos menos poéticos também, que em matéria de língua não devemos ter pudores neste blogue: tratamos com seriedade e espírito científico.
É bom estar farto de «katóta». Nem todos poderão dizer o mesmo, apesar de tudo.
Mas bem se vê que razão têm os governos em criar também cursos para explicar a coisa («propement dite par excellence», lembremo-nos) às criancinhas, para depois em adultos não se verem às aranhas nem com teias das mesmas na cabeça e outros lugares, e necessitados a navegar por essa internet fora para satisfazer a curiosidade, e serem antes consumidores e utentes formados e informados.
- Montexto
Helder,
Uma das maiores comunidades (parece que a segunda maior) de caboverdianos na Europa vive nos Países Baixos... Mais precisamente em Roterdão e arredores.
"Países Baixos", para a coisa, é achado baratucho. Já "salão de festas", sendo rasca, enternece.
«Cabo-verdiano» (Helder) ou «caboverdiano» (Venâncio)? Estão a ver por que eu não me meto com o Sr. Hífen, enquanto não vingarem as tais 4 regras do velho Bechara?
- Mont.
No sítio do FLiP, Helena Figueira escreveu em 2008: «Como se poderá verificar pela consulta do verbete cabo-verdiano no Dicionário da Língua Portuguesa On-line ou pela consulta de outros dicionários ou vocabulários de referência, a grafia a adoptar deverá ter hífen. Além de ser esta a forma registada na maioria dos dicionários gerais de língua, é também a forma preconizada pelo Acordo Ortográfico de 1945 (na base XXVIII) e pelo Tratado de Ortografia da Língua Portuguesa, de Rebelo GONÇALVES (Coimbra: Atlântida, 1947, p. 215), uma vez que "Os compostos onomásticos [...] têm os seus derivados directos escritos com hífen [...] sempre que eles assentem em mais do que um dos seus membros: belo-horizontino, de Belo Horizonte; cabo-verdiano, de Cabo Verde; campo-maiorense, de Campo Maior; castelo-vidense, de Castelo de Vide [...]".
O Acordo Ortográfico de 1990 não altera nada relativamente a este assunto.»
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