31.3.11

Como se escreve nos jornais

Mas não sai

      Na redacção. Não são dos piores. Mas uma jornalista escreveu que «Nuno Alves Pereira levou a sua hoste para a Herdade dos Atoleiros, 2,5 km a sul de Fronteira». E, como escreveu duas vezes o nome daquela maneira, decerto que pensará que é assim mesmo. Nun’Álvares Pereira, vamos lá usar até o apóstrofo. Não são dos piores, mas a pontuação? Mais um estágio no Inferno. Ou no Paraíso?

[Post 4638]

5 comentários:

Anónimo disse...

O «conde estabre», como vem na sua «coronica», merecia melhor sorte... Mas é santo, tudo perdoará.
Sim, ele há nomes que se põem a jeito, e os novíssimos têm mais em que pensar. Por exemplo, bem futurava Jorge Luís Borges que haviam de acabar por lhe trocar o «Jorge» por «José». Com efeito, «Luís» pede honestamente «José»: quem frustra esta legítima expectativa fá-lo por sua conta e risco. E realmente consta que já lhe trocaram o nome chamando-lhe José Luís. Quem foi? Pois em Portugal quem havia de ser? — como exclamaria o Ega. A nossa ministra da Cultura, em debate na Assembleia da República, extemporaneamente emendada por Pacheco Pereira, estilista da nova vaga, apesar das cãs, e já nosso conhecido.
— Montexto

Venâncio disse...

Helder,

«Une saison en Enfer» traduziu-o, saberá, o Cesariny por «Uma cerveja no Inferno». Aproveite.

P.S.
Segundo o tradutor, Saison era uma marca de cerveja belga da época, daí a gracinha. Do Arthur.

Helder Guégués disse...

Tenho-o ali na estante, já o li há alguns anos.

Anónimo disse...

Há-de-me impressionar até ao fim tanta atenção e tanto respeito à forma e grafia estrangeira dos nomes. Não falham uma. Então a th, w, k, y, chamam-lhe um figo. Há até quem escreva o seu nome com consoantes duplas, ponha y em vez de i, th em vez de t, etc., o catano! como exclamaria o abade de Baçal.
Vendo bem, a ministra da Cultura antes merece aplauso que censura...
— Montexto

Anónimo disse...

Ainda a propósito de nomes predestinados e do abade de Baçal: corre na internet o rol das obras deste bom abade, entre as quais O Clássico Frei Lucas de Sousa. Eis aí um clássico que ainda não conheço.
— Mont.