11.3.11

Regência do verbo «presidir»

Presidir 

      «Apesar de ter nascido em Weehawken, na Nova Jérsia, EUA, os pais de Owen Jacob Laster eram imigrantes da Polónia e da Ucrânia. […] Pouco depois acabaria por “herdar” muitos dos seus escritores e em 1989 presidia todas as operações literárias da empresa, a nível mundial» («Dos mais poderosos agentes literários da sua geração», Diário de Notícias, 11.03.2011, p. 47).
      No sentido de dirigir como presidente, alguns autores clássicos usaram-no assim, sem preposição. A regência mais usada, porém, é a que recorre à preposição: «Este reconhecimento fe-lo nas mãos de Guido, ou anteriormente á partida do legado, nos fins de novembro de 1143 para presidir ao synodo de Gerona, ou depois d’isso, supondo que elle veiu a Portugal antes de regressar para Roma» (História de Portugal I, Alexandre Herculano, 3.ª ed. Lisboa: Bertrand e Filhos, 1863, p. 341). No excerto do artigo do Diário de Notícias, contudo, a acepção que se infere é a de orientar, nortear, superintender (semelhante, sim, mas não igual) e esta pede preposição: Presidia a todas as operações literárias da empresa.

[Post 4549]

1 comentário:

Anónimo disse...

O Dic. de Cândido de Figueiredo, 25.ª ed., depois de indicar o verbo «presidir» como intransitivo em todas as acepções que regista, e são cinco, e como transitivo só na de «O m. q. “significar”, com complemento directo», dá-nos conta em «[Nota: Há presidir a um acto, presidir num acto e presidir um acto: “Preside no governo» Fr. L. de Sousa, Vida do Arc.; “Presidiu no Concílio". M. Bernardes, N. Floresta.).»
Mais uma vez: a transitividade e intransitividade verbal é matéria nimiamente lábil.
— Montexto