13.9.10

«Ground Zero», de novo

Maior escolha


      Na edição de anteontem do Jornal de Notícias, podia ler-se que «2000 trabalhadores da construção civil dedicam-se à reconstrução da Zona Zero, sete dias por semana» («Tensões islâmicas marcam os nove anos do 11 de Setembro», Cláudia Luís, Jornal de Notícias, 11.09.2010, p. 47). No Público, ainda continua a experimentar: «Promotor do diálogo inter-religioso, Akbar Ahmed defende salomonicamente que o polémico centro islâmico aprovado junto ao Ground Zero, em Nova Iorque, não deve ser construído naquele local — é um dos raros muçulmanos a ter esta posição» («Com a nova mesquita ao pé do Ground Zero, os muçulmanos estão a desafiar a identidade americana», Kathleen Gomes, «P2»/Público, 10.09.2010, p. 4). «Em vez disso, vai encontrar-se com o imã responsável pelo controverso centro islâmico projectado para as imediações do Ground Zero, em Nova Iorque» («Pastor da Florida desiste de queimar o Corão e quer agora afastar mesquita do Ground Zero», Ana Fonseca Pereira, Público, 10.09.2010, p. 15). Tal como no Diário de Notícias: «A distância entre o futuro centro comunitário muçulmano e o ground zero é de 200 metros e esta proximidade gerou uma discussão sobre a responsabilidade do terrorismo islâmico no 11 de Setembro e os limites da tolerância religiosa na América» («Primeiras vítimas no caso da queima do Alcorão», Luís Naves, Diário de Notícias, 11.09.2010, p. 26). Mas também assim: «Perante a anunciada queima de exemplares do Alcorão, “represália” prévia de um pastor americano à hipotética construção de uma mesquita junto ao Ground Zero, por todo o Ocidente inúmeras almas horrorizadas perguntaram: o que aconteceria se muçulmanos queimassem a Bíblia ou a Tora?» («Os fogos do Alcorão», Alberto Gonçalves, Diário de Notícias, 12.09.2010, p. 63).
      Um destes jornalistas é um dos 55 seguidores que tenho no Twitter, e por isso há-de, pelo menos, reflectir nesta falta de critério.

[Post 3872]

1 comentário:

Anónimo disse...

Como de ordinário, perante
as duas hipóteses, prevaleceu na maioria dos exemplos trazidos a capítulo a que traduz só metade da expressão deixando-lhe uma voz do inglês por que se pela todo o cidadão letrado ou semiletrado.
Ainda assim, espanta-me algum tanto em Alberto Gonçalves...
- Montexto