«Os técnicos de laboratório foram requisitados e, nos seus fatos de tyvek brancos, procederam às buscas mas nada mais foi encontrado» (Crimes, Ferdinand von Schirach. Tradução de João Bouza da Costa e revisão de Clara Boléo. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 2010, p. 139).
Talvez, com as imagens de filmes recentes ainda presentes, os leitores saibam do que se trata, mas, ainda assim, vejam como é mais claro o que se lia numa reportagem publicada hoje no Diário de Notícias: «Os inspectores detêm 30 jovens para interrogatório. A equipa da LPC [Laboratório de Polícia Científica] fica no terreno para realizar as perícias. Com fatos de protecção descartáveis, tapa-pés e luvas, para impedir contaminações do local e dos vestígios, iniciam a observação no passeio anexo ao muro do Colégio [Pina Manique], recorrendo às técnicas de observação directa (os olhos) e luz rasante, com utilização da lâmpada forense GoldPanther de luz branca. Tiram fotos» («Caso encerrado», Céu Neves, Diário de Notícias, 15.01.2011, p. 6). «Fatos de protecção descartáveis», nem mais. E «tapa-pés» também é um achado de simplicidade.
[Post 4326]
4 comentários:
Descobri no Google que "Tyvek" é o nome comercial de um tecido de proteção desenvolvido pela Companhia DuPont (protege contra o pó, raios ultravioleta, químicos e outros agentes).
Não devia estar a vermelho no texto, significando que o tradutor e o revisor deveriam ter seguido o exemplo do DN?
Não, porque de nome próprio, de marca, se tornou nome comum. É o que se designa derivação imprópria, de que já aqui falei várias vezes. Só pretendi chamar a atenção para a forma de dizer mais clara do Diário de Notícias.
Pois sim. Sigamos à luz da tal lâmpada forense, seja, do foro, do tribunal, portanto. Mas ao depois não me venham que os juizes não vêem...
Cumpts.
(A lâmpada forense ofuscou o acento do juiz)
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