Falha do Marquês de Pombal
É digno dos tempos que se vivem, com a tecnologia de que se dispõe: no sábado, estranhava aqui que os dicionários, com excepção do Houaiss, não registassem o substantivo «camuflado». Hoje, segunda-feira, o Dicionário Priberam da Língua Portuguesa passou a acolhê-lo. Como adjectivo: «Mil. Diz-se de ou fardamento que pode ser usado para camuflagem em operações militares.» Como substantivo: «Peça de vestuário, geralmente em tons de verde e castanho, semelhante a esse fardamento militar.»
Bem, mas não vim aqui ufanar-me de nada. Queria apenas reflectir sobre a necessidade de se usar «tsunami» em vez de «maremoto». «A zona de maior risco sísmico para Portugal está localizada a sul de Sagres, na denominada Falha do Marquês de Pombal, justamente porque foi ali que ocorreu o sismo de 1755, seguido de um maremoto, que hoje todos designamos como tsunami» (Gualter Ribeiro, Portugal em Directo, 14.03.2011). Tanto quanto pude pesquisar, ora se afirma categoricamente que são conceitos diferentes, ora que são sinónimos. D’Silvas Filho, que sugeriu a forma «sunâmi» (!), ouviu certa vez um sismólogo explicar (só não revelou o nome) a diferença entre tsunami e maremoto.
[Post 4562]
3 comentários:
A definição do substantivo é muito semelhante à do dicionário da Academia de Ciências de Lisboa; até nas cores do camuflado. Em tempo, há camuflados em várias combinações de cores e tons. Quando usados no deserto não têm o verde, por motivos óbvios; seria um 'descamuflado'. Para uso noturno, juntam-se preto, cinza e azul escuro. E por aí vai.
Naquela vez da onda gigante no Algarve ainda não havia "tsunamis" (isto já deve ter plural). Foi o tempo em que a malta das notícias marejava ignorância de maremotos e quejandos. Aquila desgraça na Samatra em 2005 lavou-lhes a ignorância toda. Foi um jorro de sabedoria um mar de ciência oceanária.
Cumpts.
Ao que parece, o maremoto é um "terramoto" no mar, isto é, a agitação marítima produzida por um abalo sísmico que não é sentido em terra. O tsunami será a onda provocada por um súbito deslocamento das placas tectónicas.
Lembro-me de, em tempos que já lá vão, ouvir falar de "macaréu" quando se queria dizer "tsunami". Parece que a palavra já não serve... diz que aparece pouco em teses de mestrado americanas... nem há memória de os locutores da CNN a terem usado.
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