Será mesmo assim?
Vejamos o que escreveu o Prof. Vasco Botelho de Amaral sobre a questão. «Se o povo diz pedir para, e se eu vejo que Herculano escreveu no Eurico — “pediu para falar a sós” — que me importa a mim que se critique a construção pedir para?
E que assim não lêssemos em Mestres da Língua?... Nunca se ouviu o povo dizer portuguêsmente pedir para ir e de modo semelhante?
Ocorre-me que alguém, algo pesaroso, me escreveu por eu ter defendido a construção pedir para seguida de infinitivo. Tal construção foi muito criticada por Cândido de Figueiredo e outros autores têm ido atrás da sentença do benemérito purista.
A verdade, porém, manda aconselhar paciência aos puritanos demasiado lógicos.
À minha análise lógica não repugna o dizer ou escrever peço-te para vires cá hoje, consoante já mostrei no Dicionário de Dificuldades.
Os gramáticos o que têm é de registar a dicção popular, pois já está apadrinhada pelas melhores penas da arte de escrever» (Glossário Crítico de Dificuldades do Idioma Português. Porto: Editorial Domingos Barreira, 1947, pp. 275-76).
Vejamos o que escreveu o Prof. Vasco Botelho de Amaral sobre a questão. «Se o povo diz pedir para, e se eu vejo que Herculano escreveu no Eurico — “pediu para falar a sós” — que me importa a mim que se critique a construção pedir para?
E que assim não lêssemos em Mestres da Língua?... Nunca se ouviu o povo dizer portuguêsmente pedir para ir e de modo semelhante?
Ocorre-me que alguém, algo pesaroso, me escreveu por eu ter defendido a construção pedir para seguida de infinitivo. Tal construção foi muito criticada por Cândido de Figueiredo e outros autores têm ido atrás da sentença do benemérito purista.
A verdade, porém, manda aconselhar paciência aos puritanos demasiado lógicos.
À minha análise lógica não repugna o dizer ou escrever peço-te para vires cá hoje, consoante já mostrei no Dicionário de Dificuldades.
Os gramáticos o que têm é de registar a dicção popular, pois já está apadrinhada pelas melhores penas da arte de escrever» (Glossário Crítico de Dificuldades do Idioma Português. Porto: Editorial Domingos Barreira, 1947, pp. 275-76).