Exprime oposição
«Um homem foi ontem socorrido, em Port au Prince, depois de ter passado 27 dias debaixo dos escombros de um mercado. Os médicos confirmam que o homem apresentava sinais de extrema desidratação e malnutrição, embora tenha tido acesso a água ao longo destas quatro semanas, caso contrário os médicos garantem que teria morrido. O corpo humano não sobrevive mais de cinco dias sem ingerir líquidos» («Haitiano sobreviveu quase um mês debaixo dos escombros», Susana Almeida Ribeiro, Público, 10.2.2010, p. 18).
Até pela proximidade do vocábulo desidratação, a malnutrição preferiria desnutrição, comummente considerado mais conforme com a língua portuguesa. O Dicionário Houaiss, por exemplo, se regista malnutrido, não regista malnutrição.
Não percebo porque é que o jornal Público grafa o nome da capital do Haiti sem hífenes. Deve ser caso único na imprensa portuguesa.
[Post 3123]
Actualização no mesmo dia
É sempre possível fazer melhor, costumo dizer — e pior: «Apesar de o Fascismo e o Comunismo terem obtido um forte apelo psicológico, ambas as ideologias floresceram no canteiro do desespero económico — desemprego, mal-nutrição, pobreza, maus cuidados de saúde e grandes desigualdades sociais» (O Parlamento do Homem: História das Nações Unidas, Paul Kennedy. Tradução de Artur Sousa/CEQO e revisão de Luís Abel Ferreira. Lisboa: Edições 70, 2009, p. 136).
Actualização no dia 11.2.2010
Na edição de ontem do Metro, lia-se que «Muncie estava desidratado e desnutrido, mas sem ferimentos graves» («30 dias sob escombros, Metro, 10.2.2010, p. 9).